Saga #02



Roteiro: Brian K. Vaughan
Arte: Fione Staples
Letras: Fonografiks
Editora: Image Comics
Data de publicação: 11/04/2012

Contêm spoiler



Saga 01 realmente não foi uma estreia qualquer, com 44 páginas ela se tornou um exemplo de como fazer uma abertura quase perfeita. Sendo assim, a expectativa sobre a série apenas se eleva, o que podia acabar tendo um efeito negativo, já que dificilmente a edição seguinte conseguirá mantêm o mesmo nível com o padrão de 22 páginas de história e, felizmente, não é isso que acontece em Saga #02, a continuação do épico de ficção científica de Brian K. Vaughan e Fiona Staples.

Dando continuidade a história, Marko e Alana continuam fugindo com a recém-nascida Hazel, agarrados na esperança de encontrar a tal Spaceship Forest e poder assim viajar para lugares menos inóspitos e sossegados, onde terão a chance criar sua filha. Enquanto isso a caçada aos três prossegue, sendo que que nós é revelado quem é o(a) misterioso(a) caçador(a) de recompensa The Stalk, apenas mencionado pelo nome na edição anterior, bem como os temidos Horrors. Ao mesmo tempo o príncipe Robot IV chega ao planeta em questão e começa sua investigação sobre as circunstâncias que levaram a formação de um casal de raças inimigas, bem como o modo que conseguiram escapar da vigilância. 

Mais uma vez Vaughan entrega um roteiro muito bem elaborado, com piadinhas e momentos engraçados (como na solução necessária para Marko usar sua magia e se livrar de uma armadilha) e um certo suspense Tudo isso sem deixar de desenvolver seus personagens e acrescentar mais camadas ao seu universo particular. Não mencionei no texto da edição anterior, mas em vários partes a história é narrada por Hazel. Sendo assim já se sabe que ela irá sobreviver e crescerá, entretanto isso não diminuí as expectativas quando a história e seus desdobramentos. Interessante notar que esse artifício de narração em primeira pessoa é algo incomum no trabalho de Vaughan, eu pelo menos não tenho lembranças de ele fazer isso nas outras séries que escreveu. Não a toa ele disse em entrevistas que estava muito ansioso e excitado para escrever essas histórias e lendo-as nota-se como ele vêm tentando expandir seu estilo mas sem perder muito daquilo que o tornou um dos escritores de quadrinhos mais elogiados da última década


Ainda em relação a escrita, o interessante é que o cliffhanger (aquela última cena da história que deixa o leitor em suspenso, fazendo o "gancho" para o próximo número) dessa edição é quase idêntica a  #01, com o casal e sua filha rodeados pelos lendários Horrors, mas enquanto na edição anterior apenas era nos mostrado eles, o trio, sendo observados na floresta pelos, que se supunha, Horrors, nesta edição as criaturas se materializam (se é que se pode usar essa palavra para elas), revelando seres totalmente diferentes do que se esperava para criaturas tão comentadas e temidas. Mais uma amostra de como a mente desse escritor é fértil, inteligente e não se deixa cair no clichê. Aliás. isso já é especialidades de Brian K. Vaughan, já que Y: The Last Man, Ex-Machina e Runaways traziam excelentes cliffhangers, daqueles de te deixar muito ansioso para o próximo número da respectiva série.

Novamente é preciso elogiar também os desenhos de Fiona Staples, bem como o designe de muitos personagens, principalmente na caçadora The Stalk, que é surpreendente. Óbvio que não irei revelar aqui como ela é e estragar a surpresa, mas dou a dica para olharem a capa da edição. Essa cena, a da revelação, traz uma das melhores parte da história. Elogios também para a construção das cenas que se passam, literalmente, no espaço, tornando a leitura além de prazerosa, também muito bonita em várias cenas.



Talvez uma das formas de perceber que estamos diante de uma série diferenciada é quando, entre a pilha de gibis recém comprados, sua atenção já está totalmente direcionada a um título em especial e após a leitura você sai satisfeito pois sabe que seu tempo (e dinheiro) não foram gastos em vão. Se for assim  aposto todas minhas fichas que Saga certamente será um clássico. 

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